A ROTINA NA FAZENDA

Durante a colheita do trigo aqui na fazenda, considero a melhor época do ano, porque vejo e converso com muitas pessoas e sobre muitos assuntos que a maioria deles eu nem sabia que existia ou acontecia.
Eh época de colheita na fazenda. Está tudo preparado para a gente começar a colheita do trigo. Nesta época eu fico quase o tempo todo ocupado com a colheita. São muitos caminhoneiros entrando e saindo da fazenda. A gente começa a colher o trigo assim que o sol nasce e paramos quando ele já se pôs no horizonte. E são muitos dias nesta tarefa. Com isso, eu não tenho ido até a beira da estrada para ver a professora de ciências que passa ali todos os dias. Nesta época de colheita eu converso muito eh com os caminhoneiros e fico sabendo um pouco mais do mundo fora da fazenda. 
Eu não tenho telefone celular, não tem computador em nossa casa e a televisão que temos em casa só pega um canal. Os caminhoneiros disseram para mim uma vez que existe mais de 300 canais de televisão, mas a maioria tem que pagar para ver eles. Não vejo muito a televisão, porque geralmente vou deitar cedo porque tenho que levantar sempre cedo, mas eu não sou o primeiro a levantar de manhã. Quando me levanto, alguns outros trabalhadores da fazenda, assim como eu, já estão tomando café lá na fazenda. Sei que na fazenda tem computador e telefone celular, mas só lá na fazenda, aqui na fazenda não temos nada disso.
Durante a colheita do trigo aqui na fazenda, considero a melhor época do ano, porque vejo e converso com muitas pessoas e sobre muitos assuntos que a maioria deles eu nem sabia que existia ou acontecia. Alguns motoristas dos caminhões que veem aqui na fazenda buscar trigo são mulheres. Acho muito legal ver aquelas mulheres dirigindo as grandes carretas como se fosse um carro pequeno. Entrei uma vez na cabine de uma destas carretas dirigida por uma mulher que perguntou se eu queria ver a cabine por dentro, e fiquei impressionado com o tanto de botões que tinha ali. Não tinha nem ideia pra que tantos botões. Eh muito bonita uma carreta por dentro. Estando dentro da cabine da carreta que aquela mulher dirigia, eu disse a ela que queria ser caminhoneiro também.
Bem, eu já disse que queria ser muitas coisas. Quando comecei a trabalhar na plantação de trigo, vi as plantações de soja e girassol, eu disse que queria ser fazendeiro. Quando assisti a um filme na televisão que falava de menino do interior que morava numa fazenda e foi para a capital e acabou trabalhando no cinema, eu disse que queria ser artista de cinema também. Quando um engenheiro agrônomo esteve aqui na fazenda e eu também o acompanhei junto com meu chefe e vi que ele entendia tudo de plantação, eu disse que queria ser engenheiro agrônomo. Quando meu irmão mais velho conseguiu passar no vestibular para ser veterinário, e vi a alegria que ele ficou e festejou muito, eu disse que queria ser veterinário também. Mas para ser qualquer coisa, primeiro eu tenho que me formar na escola. Como eu estudo aqui na fazenda, não aqui na fazenda, mas lá na fazenda, eu não sei quando vou formar, porque nem sei em que ano da escola eu estou.

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